Paulo Ferreira
Porta de entrada para o interior de Pernambuco, a Zona da Mata consolida-se como lugar ideal para a prática do Turismo. Seus 42 municípios tiveram formação no entorno de engenhos e usinas de cana-de-açúcar, e essa herança legou-lhes o charme do turismo rural. Antigamente havia a abundância da Mata Atlântica, que deu lugar às plantações da cana, mas restaram vários trechos de Mata Atlântica preservados e outros remanescentes. Todos os seus municípios são ligados historicamente por laços da economia canavieira.
Hoje, restaram antigos engenhos preservados ou em ruínas, casas-grandes, capelas, senzalas e moitas que estão de braços abertos para visitação. Também há criação de gados, fazendas, sítios, cachoeiras, lugares para prática de esportes, cultivo de milho, uva e outros. A sua gastronomia e a cultura têm a herança da chamada civilização do açúcar. Já no artesanato, predominam peças de barro, couro, madeira, palha, tecido e bordados. Entre as principais manifestações folclóricas se sobressaem o maracatu, o cavalo marinho, o coco, a ciranda, mamulengo, aboios e cantorias. Clima agradável, biodiversidade interessante e muita arte são outros bons motivos para os turistas se encantarem com a região. Muitas das cidades da Zona da Mata estão inseridas no Mapa Brasileiro de Turismo.
Destacamos algumas cidades que merecem ser visitadas, como Glória de Goitá e Vitória de Santo Antão. Glória preserva fortes raízes culturais, e tem no teatro do mamulengo e no cavalo marinho suas maiores tradições. Vitória é território histórico, palco de lutas contra os holandeses no século XVII, e tem no carnaval, com suas tradicionais agremiações, sua maior atração. O turismo rural é destaque em Nazaré da Mata (Capital do Maracatu), Paudalho (com forte turismo religioso), Quipapá, Ribeirão, São Benedito do Sul (Terra das Cachoeiras) e Vicência (rico patrimônio histórico e tem mais de 50 engenhos, exemplo de arquitetura nordestina).
Outras atrações – Tracunhaém, cujo nome tem origem da lembrança de que para escapar dos portugueses, os índios da região subiram a Serra do Trapoá e, à distância, pareciam uma panela de formigas ou formigueiro, que na língua tupi-guarani é tacaru-uhae, Tracunhaém. A cidade tem por herança indígena a arte da cerâmica praticada pelos nativos. Antigas olarias de arte e utensílios de barro se transformaram em ateliês e se multiplicaram, dando a Tracunhaém o título de Cidade do Artesanato de Barro. Lagoa do Carro, em que a origem do nome remota a um acidente de um carro de bois que caiu em um açude da localidade, é conhecida tanto pelo artesanato da tapeçaria, quanto pelo museu da cachaça. Carpina, considerada como a Capital da Mata Norte, tem um comércio forte e tradições, como o mamulengo, o maracatu e a ciranda. Seu calendário festivo é convitativo.
Voz do Planalto
Coisas de Timbaúba e Região