Usina Cruangi volta a operar gerando quatro mil empregos na Mata Norte

A retomada das atividades da Usina Cruangi, em Timbaúba, na Mata Norte, significou a recuperação de quatro mil empregos diretos. Fechado desde 2011, o empreendimento recebeu incentivos fiscais do Estado para reabrir, e, agora, funciona em regime de cooperativismo. O governador Paulo Câmara foi ao município, nesta terça-feira (15), para a solenidade que marcou a retomada dos trabalhos. A usina vai moer na primeira safra cerca de 500 mil toneladas de cana-de-açúcar, que virá das cidades de Vivência, Bueno Aires, Nazaré, Aliança, Condado, Goiana, Macaparana, Itambé, Ferreiros e parte de Carpina.

O ato aconteceu 11 dias após o Governo enviar à Assembleia Legislativa um Projeto de Lei que assegura a redução de 50% na carga tributária das operações com Álcool Etílico Hidratado Combustível (AEHC), para as usinas que estejam em recuperação judicial, desativadas há mais de um ano e arrendadas à cooperativas.
Para o governador, o mecanismo utilizado pelo Estado vai facilitar a reabertura de outras usinas, impulsionando a economia na região. “A Assembleia aprovou ontem a matéria e nós faremos a sanção da Lei. É um projeto importante, porque garante um benefício ainda maior do que as indústrias do açúcar e do álcool já tinham. Também privilegia as usinas que vão ser administradas por cooperativas e que estejam em recuperação judicial. Essa decisão política oferece mais um atrativo para a reabertura de outros equipamentos a partir desse trabalho, que tem sido muito importante para Pernambuco”, explicou Câmara.
Pernambuco é o segundo maior produtor de cana do Nordeste, com uma produção estimada em 22 milhões de toneladas por ano. Garantir a sobrevivência do setor significa manter 30 mil empregos, diretos e indiretos, em 20 municípios das matas Norte e Sul. No auge da produção, o Estado já contabilizou 42 usinas, mas apenas 15 continuam em atividade.
O chefe do Executivo estadual enalteceu o trabalho dos que se esforçaram para a Cruangi voltar a moer. “Hoje tivemos a oportunidade de dar continuidade a esse trabalho, que é o sonho de muita gente; sonho que foi construído junto. E um sonho, quando é construído junto, já dizia Dom Hélder, acontece. Doutor Arraes fez o que vocês já sabem em relação ao homem do campo. Eduardo herdou isso, e eu não posso ser diferente dessa escola que quer o bem de Pernambuco”, cravou Paulo.
Para o fiscal geral de moagem, Francisco de Assis Pereira, a retomada das atividades da usina significou mais uma “porta aberta para ele e sua família”. “Esse foi um presente de Deus. Antes de trabalhar aqui eu estava desempregado. Foram três anos sem trabalho. Agora, estou aqui junto com muitos pais de família”, celebrou o trabalhador, contando que o seu último emprego foi na Usina Santa Tereza, em Goiana.
Ao destacar a importância do ato para Pernambuco, o secretário de Agricultura e Reforma Agrária, Nilton Mota, disse que a usina vai impulsionar a economia local, gerando emprego e renda para Pernambuco. “Vamos mostrar ao restante do País como nós estamos aproveitando as oportunidades para vencer os desafios”, pontuou.
COOPERATIVISMO – A modernização do maquinário ocorreu por meio da Cooperativa da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (COAF), que assumiu a produção e investiu R$ 3 milhões no empreendimento. De imediato, a Cruangi vai produzir Etanol, mas não está descartada a fabricação de açúcar e outros derivados da cana.
“Esse é um trabalho realizado por muitas mãos. Os fornecedores fizeram uma cooperativa, e, juntos, estão conseguindo viabilizar a reabertura de usinas que estavam fechadas. Uma ação que está gerando emprego e renda. Do ponto de vista econômico, a iniciativa está tendo viabilidade e nós só temos que apoiar”, afirmou Paulo Câmara, que, antes de acionar o maquinário que deu “vida” à usina, participou de uma missa realizada na área externa.
Bastante emocionado, o presidente da COAF, Alexandre Andrade Lima, disse que o ato marcou a realização de um sonho. Para ele, a retomada das atividades da Cruangi significa ainda a concretização dos compromissos. “Essa é uma conquista do povo pernambucano”, salientou.


  Texto: Rafael Santos / Giro Mata Norte 

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