A Polícia Civil investiga a morte de uma jovem dentista pernambucana, Emelly Nayane da Silva Ribeiro, de 24 anos. Ela morreu após ser socorrida para o Hospital de Nossa Senhora do Ó, em Paulista, no Grande Recife, na segunda-feira (22). O caso foi tratado inicialmente pelos investigadores como “morte a esclarecer” (veja vídeo acima). Parentes dela, no entanto, acreditam que o ex-marido matou Emelly.
Na declaração de óbito de Emelly consta que a causa da morte foi “asfixia direta por esganadura”. Por meio de nota, a Polícia Civil afirmou que “após o resultado das perícias, que já estão sendo feitas e concluídas, e ao término das ouvidas de testemunhas relacionadas, será definida a causa jurídica da morte”.
Amparada por parentes, a mãe de Emelly, Josymeri Bento, pediu por Justiça no velório da filha, nesta quarta-feira (24). “Eu quero justiça! Ela queria trabalhar e criar o filho dela, mas ele não aceitava a separação, ele queria voltar de todo jeito, mas como ela não aceitou, ele tirou a vida dela”, afirmou a mãe. O casal tem um filho de 2 anos.
O delegado Augusto César Cunha, responsável pelas investigações, contou que ainda não há indícios suficientes que possam afirmar que houve um homicídio. “Até agora a gente não pode afirmar que houve homicídio antes de chegar a perícia necroscópica. Essa perícia que vai afirmar com certeza”, contou.
Ele informou também que o ex-marido de Emelly é considerado suspeito do crime. “Ele é tratado como suspeito em virtude dessas circunstâncias que ainda pairam, essas dúvidas a respeito do inquérito. A partir do momento em que essas circunstâncias forem esclarecidas, esse status dele pode vir a mudar”, afirmou.
O delegado contou que aconteceu uma perícia no apartamento do suspeito. “Houve perícia no imóvel, que é de propriedade do suspeito. […] Havia alguns indícios de que houve alguma espécie de luta, de confrontação. Os vizinhos foram preliminarmente entrevistados, mas também vão ser intimados para comparecer a delegacia”, contou. Ainda de acordo com ele, o pai do suspeito foi espontaneamente à delegacia e prestou depoimento.
Prima da vítima, Elisângela Moliterno contou que Emelly já havia pedido a separação. “[Ela] solicitou o divórcio e foi chamada porque ele queria conversar com ela, inclusive ela esteve na casa do pai dele, em Maria Farinha, no Condomínio Porto Antilhas. Lá houve uma conversa e ela resolveu, estava decidida a se separar”, contou.
A prima disse que Emelly chegou a ligar para a mãe e avisar que estava voltando para a casa da família, mas decidiu voltar para Maria Farinha. “Ela ligou novamente para a mãe e disse: ‘Estou retornando, porque Lívio está ligando e dizendo que está com uma arma e que vai se matar. Eu vou lá acalmá-lo e em seguida volto para casa’. Quando ela chegou lá novamente foi morta”, relatou.
Elisângela contou, ainda, que os vizinhos contaram que ouviram a discussão dos dois, mas depois um som alto foi ligado no local. Segundo ela, Emelly já havia relatado ter sido agredida anteriormente pelo marido. “Já existia histórico que ela vinha sofrendo violência doméstica moral, física. Um ciúmes absurdo”, contou.
O enterro de Emelly aconteceu nesta quarta-feira (24), no Cemitério Vale da Saudade, em Igarassu, na Região Metropolitana.
A Polícia Civil informou que as investigações seguem até a elucidação do ocorrido e também solicitou a “ajuda da sociedade a fim de chegarmos a uma conclusão”.