PF cumpre mandados de busca e apreensão em investigação de compra de respiradores sem licitação pela Prefeitura do Recife

 Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (23), 
a terceira fase da Operação Apneia, que investiga irregularidades
 em contratos feitos por meio de dispensa de licitação
 pela Prefeitura do Recife para a compra de respiradores
 pulmonares durante a pandemia da Covid-19. São cumpridos
 cinco mandados de busca e apreensão, em Pernambuco
 e São Paulo.

De acordo com a PF, os mandados são destinados a dois
 servidores da Secretaria de Saúde do Recife e a um 
empresário. O G1 tenta contato com a Prefeitura do
 Recife sobre o assunto.
Segundo as investigações, empresas que têm um débito
 de cerca de R$ 10 milhões com a União utilizaram uma 
microempresa fantasma para fechar o contrato com a
 Prefeitura do Recife, já que organizações com débitos 
fiscais ou previdenciários não têm autorização para 
firmar contratos com instituições da administração
 pública.
Nas fases anteriores, a PF descobriu que servidores 
da Secretaria de Saúde do Recife sabiam que o respirador 
pulmonar de modelo BR-2000 não tem certificação da 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, 
mesmo assim, foram firmados contratos com a empresa 
investigada para a compra de 500 equipamentos, pelo
 preço de R$ 11,5 milhões.
De acordo com a Polícia Federal, a Anvisa informou 
que o fabricante dos respiradores não tinha autorização
 para produzir o equipamento e que os aparelhos não 
poderiam ser utilizados em humanos. O produto havia 
sido recém-desenvolvido a partir de equipamentos de
 uso veterinário.
A PF também informou que a Secretaria de Saúde 
do Recife pagou por 50 respiradores, mas só recebeu 35. 
Depois de 52 dias da deflagração da operação, 
a empresa solicitou a rescisão do contrato, sem 
cobrança de multa contratual ou legal.
Dos 35 aparelhos, 34 foram apreendidos pela 
Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária 
(Apevisa) durante as investigações. A continuidade
 da fabricação do respirador foi proibida pela 
Justiça Federal, segundo a PF.
Os envolvidos serão indiciados pelos crimes de
 dispensa indevida de licitação, uso de documento
 falso, sonegação fiscal e previdenciária, crime 
contra a saúde pública e associação criminosa,
 de acordo com a Polícia Federal.
     G1 PE
Coisas de Timbaúba e Região
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