O ex-governador de Pernambuco, Paulo Câmara, entregou uma carta ao presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Carlos Siqueira, nessa quinta-feira (26), com seu pedido de desfiliação.
O motivo seria sua insatisfação com a falta de atenção dada pela legenda socialista em consequência do estremecimento da relação com o prefeito do Recife, João Campos, o que não seria uma novidade. A informação foi é da colunista Mariana Carneiro, do Estadão.
Até o momento, Paulo Câmara não teve seu destino político definido e ainda aguarda por um espaço no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem possui proximidade e defendeu publicamente, desde a soltura do líder petista, a aliança entre o PSB e PT para as eleições presidenciais.
Um aliado do governador, sob reserva, em conversa com o JC, afirmou que as negociações para que ele seja contemplado no governo Lula vão continuar, independente de sua saída do PSB. Ainda sob reserva, a fonte disse que não seria possível permanecer em um partido do qual ele já “não tinha mais futuro”.
Outra fonte próxima ao socialista, disse que ele deverá se pronunciar em breve sobre o assunto. Também não está descartado que outros filiados a legenda socialista possam sair do partido.
A reportagem do JC conversou com o presidente estadual do PSB de Pernambuco, o deputado estadual Sileno Guedes, que revelou ter ficado surpreso com um “desfecho dessa ordem”.
O dirigente havia conversado com o ex-governador na manhã desta sexta-feira (27), quando ele retornou de Brasília, e disse que Paulo está tranquilo com a decisão que tomou.
“Ele colocou que se filiou ao PSB para cumprir a missão de disputar a eleição de 2014, e que durante esse período cumpriu fielmente os compromissos e tarefas partidárias”.
DESENTENDIMENTO
Ainda de acordo com as informações da colunista Mariana Carneiro, Paulo Câmara foi vetado pelo seu próprio partido em indicações aos ministérios do governo federal. Esse veto teria partido do grupo liderado por João Campos e pelo ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França.
No entanto, Sileno Guedes disse desconhecer esse nível de desentendimento dentro do partido.
“Não vejo nenhum tipo de embate com o prefeito João Campos. As estratégias do PSB aqui de Pernambuco, a partir da chegada de João Campos na Prefeitura do Recife, até onde Paulo Câmara no Governo do Estado, liderado até ano passado, foram decisões conjuntas. O que foi colocado é que o ciclo no partido se encerrou e que ele vai voltar para seu cargo de origem ele é servidor público”, explicou Sileno.
Informações: JC online