O maracatu se rende às mulheres

Mulheres fortes para lidar com o trabalho braçal, superar as marcas de uma sociedade machista e entrar com delicadeza e brilho no universo carnavalesco predominantemente masculino dos maracatus de baque solto de Nazaré da Mata, na Zona da Mata Norte. Apoiadas na resistência e no desejo pelo protagonismo social, as integrantes da Associação de Mulheres da cidade (Amunam) criaram o Maracatu Coração Nazareno. Há 10 anos, o grupo balança as guiadas, canta as toadas e bate os chocalhos do surrão promovendo a discussão de gênero, resgatando a cultura nas jovens e lutando contra a violência e a vulnerabilidade social. 

Ideia que nasceu para quebrar o preconceito dentro da brincadeira mais tradicional de Nazaré durante o carnaval, o grupo é formado por 70 integrantes. “As mulheres só começaram a participar do maracatu rural na década de 1960, mesmo assim ocupando papéis secundários”, explica a idealizadora do projeto, Eliane Rodrigues. A agremiação começou com metade das componentes que tem hoje e desde sempre foi resultado das oficinas de sexualidade, políticas públicas e arte promovidas dentro da associação de mulheres.

Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press
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