Um cruzamento onde os pedestres disputam espaço com os veículos e conseguem se impor, em pleno centro do Recife. O encontro entre as ruas Doutor José Mariano e Imperatriz Tereza Cristina, no bairro da Boa Vista, possui uma lógica distinta da predominante no trânsito da capital pernambucana. Os passos apressados pouco se importam com o sinal aberto para os carros, motos e ônibus. As pessoas vão chegando, se aglomerando, à espera de um primeiro corajoso que dará o pontapé inicial na passagem. Daí para frente, são dezenas em seguida, indo de um lado a outro da via, mesmo com o sinal aberto para os veículos.
Buzinas, logo percebidas pelos motoristas como inúteis, são comuns. A solução é mesmo frear e esperar. Para os motoqueiros mais “afoitos”, por vezes, rola um “drible” em quem atravessa a via. Já os carros, comumente acabam ilhados pelo aglomerado de pessoas. Pipoqueiro no cruzamento há dez anos, Eduardo Albuquerque conta que “não é difícil ver acidente” no local. “Todo mês tem alguma coisa, mas normalmente são mais quedas de quem atravessa”, explica.
Ao parar no semáforo, o motorista Isaías Alves reclama do comportamento dos pedestres. “Eles passam na frente mesmo, querem nem saber. O jeito é frear”, relata o comerciante que passa com frequência no local. Pedestres levando a vantagem sobre os motoristas… Quem diria?
O semáforo do cruzamento reserva 25 segundos para a travessia dos transeuntes e um minuto e 15 segundos para o tráfego de automóveis. O fluxo, no entanto, aparenta merecer uma divisão mais igualitária.
Diário de Pernambuco
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