Um vídeo feito por um médico que registrou com celular um parto
realizado em uma cadeira de rodas na entrada de um hospital
provocou a troca de acusações entre gestores de saúde de
cidades vizinhas em Pernambuco. No vídeo, o profissional
reclama da demora no atendimento, não participa do procedimento
de emergência e ainda pede ajuda ao motorista da ambulância.
O caso aconteceu na madrugada de domingo (26), no Hospital
Belarmino Correia, em Goiana, no Grande Recife. Missilene
Maria da Conceição, de 35 anos, grávida de gêmeos, chegou
ao local, transferida de ambulância, após uma viagem de 11
quilômetros vinda de Condado, na Zona da Mata Norte, onde mora.
Diante da conduta do médico, identificado como William
Flávio Santinoni, a direção do Hospital Belarmino Correia
informou que entrará com uma representação no Conselho
Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe).
A unidade também questiona o fato de o profissional, que
atua na Maternidade João Pereira de Andrade, em Condado,
ter feito a transferência sem aviso prévio ou envio de
documentação necessária.
“Ele, em nenhum momento, chega junto da paciente,
e não havia guia de transferência. Além disso, a
mulher relatou que não foi examinada em Condado.
Se fosse médico do meu plantão, responderia pela atitude”,
declara a diretora do Belarmino Correia, Flávia Magno.
A secretaria de Saúde de Condado, por meio de nota,
apontou “negligência” do hospital de Goiana.
A administração municipal também disse que também
vai levar o caso ao Conselho de Medicina. “É notória a
negligência do hospital, fato esse que será levado ao
Cremepe aos demais órgãos responsáveis”, diz a nota.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) afirma, por nota,
que, “por se tratar de um parto em estágio avançado e
considerado de risco habitual, a paciente poderia ter
realizado todo o processo em uma maternidade de
baixa complexidade em sua cidade de origem”.
O governo aponta que é “preciso que os gestores municipais
efetivem o pré-natal de qualidade e a garantam da realização
do parto de risco habitual em seus territórios”.
O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe)
esclarece, por meio de nota, que “recebeu a informação
sobre o caso e abrirá um expediente para apurar os fatos”.
Conselho diz, ainda, que a investigação corre sob sigilo processual.
Do: G1 PE
Coisas de Timbaúba e Região