Um motorista de aplicativo de transporte privado de
passageiros atirou em um adolescente de 15 anos
que solicitou uma corrida, por achar que seria
vítima de assalto. O caso ocorreu no bairro do
Sancho, na Zona Oeste do Recife, e foi divulgado
nesta segunda-feira (25) pela Polícia Civil.
O condutor do veículo foi indiciado por lesão corporal
grave e por porte ilegal de arma de fogo. Segundo a
Polícia Civil, o projétil entrou pelo abdômen e saiu
pela nádega do jovem, que foi socorrido e passa bem.
De acordo com o delegado Carlos Couto, responsável
pelas investigações, o motorista alegou que o
adolescente que solicitou a corrida pelo aplicativo
99 e o amigo que também aguardava a chegada
do carro seriam assaltantes.
“Os dois jovens haviam solicitado três outras corridas
por meio de um primeiro aplicativo, mas todos os
motoristas cancelaram. Eles usaram o celular da dona
da casa em que estavam para pedir por esse segundo
aplicativo”, diz Carlos Couto.
Depois de uma quarta corrida cancelada, o condutor
que atirou, um homem de 29 anos, aceitou e chegou
a trocar mensagens com as pessoas que pediram
o carro particular.
“Quando ele chegou à casa em que eles estavam,
o carro ficou parado e os jovens sinalizaram que
tinham pedido a corrida, mas ele ‘arrancou’ e saiu
do local”, afirma o delegado.
Em alguns minutos, depois de uma volta no quarteirão,
o motorista retornou ao ponto inicial da corrida, abriu
o vidro do carro e disparou duas vezes. Um dos tiros
acertou o muro da casa, mas o outro atingiu o
adolescente.
O motorista, localizado pela Polícia Civil, vai responder
ao processo em liberdade. “Não encontramos artifícios
que justificassem a prisão preventiva dele”,
conta o delegado.
“Ele estava usando uma pistola de calibre 38 que tinha
validade de posse de outubro de 2018 até 2023. Essa
arma vai para a perícia técnica e aguardamos orientações
do Ministério Público para saber se ele vai ser denunciado
ou se vamos fazer novas diligências”, diz Couto.
Resposta
Por meio de nota, a 99 informa que o “perfil do
condutor foi imediatamente bloqueado do aplicativo”.
No texto, a empresa afirma que “se solidariza
com a vítima e fez contato com os familiares
para prestar o apoio possível”.
Ainda na nota, a 99 diz que “o passageiro tem
direito a um seguro pessoal que cobre despesas
hospitalares decorrentes de acidentes em corridas
da plataforma” e que colabora com as autoridades.
“A companhia foi contatada pela polícia em 5 de
fevereiro e, no mesmo dia, repassou os dados
da viagem para auxiliar na investigação do caso,
sempre respeitando o devido processo legal”,
traz o texto.
Também no documento, a empresa informa que
o aplicativo tem ferramentas de segurança,
como rodadas de treinamento para condutores.
Entre elas, estão dicas práticas de proteção;
inteligência artificial que monitora todas as chamadas,
identificando situações de risco e bloqueando
o acesso à plataforma; além do mapeamento
de áreas de risco que envia notificações aos motoristas.
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