Morre professor de ginástica baleado em briga de trânsito em Recife

Morreu, na madrugada desta quarta-feira (8), o professor de ginástica Marlon de Melo, de 31 anos, que foi baleado por um policial penal durante uma briga de trânsito em Olinda. Ele estava internado em estado grave no Hospital da Restauração (HR), no Derby, área central do Recife, desde sábado (4).

O governo da Paraíba, onde o policial penal atua, informou que vai abrir um processo para apurar a conduta do agressor

A morte do paciente foi confirmada pela unidade de saúde. Marlon foi baleado no tórax e no braço, tendo o primeiro tiro perfurado o pulmão e se alojado na coluna da vítima. O suspeito não teve o nome divulgado.

O crime aconteceu na Avenida Antônio da Costa Azevedo, no bairro de Peixinhos. Ao g1, Rafael Maranhão, amigo de Marlon, contou que o professor de ginástica tinha acabado de dar uma aula e voltava para casa de moto, quando se envolveu em uma discussão com o policial, que também estava em uma motocicleta.

Marlon foi levado para uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), de onde foi transferido para o HR, onde passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos.

De acordo com Darlan de Melo, irmão de Marlon, quando os familiares procuraram a delegacia para registrar o crime como tentativa de homicídio, já havia um boletim de ocorrência com informações semelhantes, mas feito pelo policial, que afirmava ter sido vítima de tentativa de assalto.

Em nota, a Polícia Civil informou que “está investigando o caso” e que “mais informações serão repassadas em momento oportuno, para não atrapalhar as diligências”.

Sobre o caso, o governo da Paraíba informou que vai abrir um processo administrativo para apurar a conduta do policial penal. Esse processo vai correr em paralelo ao inquérito policial aberto em Pernambuco. O g1 perguntou se o policial penal foi afastado das funções, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.

Policial não seguiu protocolo

À TV Globo, o delegado que investigava o caso, Francisco Océlio, disse que o policial penal não cumpriu o protocolo de ligar para o 190 após o crime, mesmo depois de ter atirado contra a vítima.

Ainda segundo o delegado, o policial disse, no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que ligou para o Centro Integrado de Operações de Defesa Social para informar o que tinha acontecido, mas essa ligação não foi confirmada.

Até a última atualização desta reportagem, o policial não havia sido intimado para ser ouvido. Com a morte da vítima, a tipificação do crime mudou para homicídio, o que levou a investigação a ficar sob a responsabilidade do delegado Vinícius Oliveira, titular do Departamento de Homicídios de Olinda.

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