Uma descoberta curiosa pegou de surpresa uma família de Araguaína, no norte do Tocantins. Ao explorar os pertences do pai falecido, irmãos encontraram uma mala com quase 32 milhões de Cruzados, moeda que circulou no Brasil entre 1986 e 1989. A esperança inicial de transformar o “tesouro” em uma nova vida logo foi frustrada: segundo especialistas, as notas e moedas antigas têm baixo valor comercial e interessam mais a colecionadores do que ao mercado financeiro.
Waloar Pereira Magalhães, técnico de manutenção e um dos filhos, compartilhou a surpresa com o achado: “Ele faleceu, nós entrávamos na casa dele e não mexíamos em nada. Até que encontramos uma mala cheia de dinheiro”. Apesar do entusiasmo inicial, a possibilidade de troca por reais foi logo questionada, já que o Cruzado deixou de ter valor monetário há mais de 30 anos, sucedendo-se por outras moedas até a chegada do Real.
Especialistas como André Luiz Padilha, presidente do Clube Numismático do Rio de Janeiro, explicam que cédulas antigas em bom estado de conservação têm algum valor para colecionadores. No entanto, as notas encontradas, dobradas e desgastadas pelo tempo, possuem pouco valor numismático. “O fato de terem sido encontradas dobradas, com manchas e dobras, reduz drasticamente seu valor. Cédulas gastas não têm mais valor”, explica Padilha.
Embora a chance de lucro financeiro seja remota, Padilha sugere que a coleção pode ser valiosa para fins educativos e culturais. Ele propõe que os irmãos considerem doar as cédulas para escolas, museus ou centros culturais, onde podem ajudar as novas gerações a aprender sobre a história econômica do Brasil.
Apesar do desapontamento, Waloar ainda mantém a esperança de que “um jeitinho” possa transformar o achado em algo positivo. No entanto, para o mundo financeiro, o tesouro encontrado é hoje um pedaço da história do país e uma oportunidade de educação sobre os ciclos monetários do Brasil.