Indústria é o caminho para recuperação de Escada

Prefeitura quer incluir 600 produtores locais nos negócios


Às margens da BR-101, a terraplanagem da área que receberá as novas plantas da Unilever no município de Escada já está nos instantes finais. O secretário de Desenvolvimento Econômico local, José Alves, ex-prefeito de três mandatos, aponta para o terreno que receberá a produção de alimentos, de materiais de limpeza e o Centro de Distribuição (CD) da multinacional. Alves conta que, em reunião com a Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (AD Diper), na última semana, foi em busca de mais celeridade para o início das obras das outras duas grandes empresas que escolheram Escada como sede. A Alphatec, de torres eólicas, que já “namora” o município há cinco anos; e a Red Star, portuguesa fabricante de tintas e vernizes, que deve finalmente começar as obras civis em 4 de janeiro próximo. Com outras representantes, elas preencherão dois distritos industriais no município.
Agora alicerçados pelas plantas da Unilever, os distritos naquela área da Zona da Mata Sul têm a missão de recuperar a vida econômica do município que perdeu 80% de seus empregados formais, saídos das atividades no Complexo de Suape, e R$ 9,5 milhões em arrecadação, de janeiro a novembro, incluindo repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A Alphatec veio com o intuito de ser fornecedora do setor metalmecânico para a Refinaria Abreu e Lima e para os estaleiros em Suape, mas os rumos dos empreendimentos mudaram também a visão da empresa. “Vamos ver se eles, agora, começam as obras civis”, diz Alves, diante da área já terraplanada e coberta de mato no distrito industrial municipal. Os novos empreendimentos devem empregar em torno de 1 mil pessoas diretamente em Escada. São diversos os setores das fábricas e obras de futuras fábricas: portas (Kitportas), piscinas de fibra, colchões, pré-moldados (Lina Construção), telhas de PVC (Eplast), conexões (Tigre), polpas de frutas e doces.
O fato é que os distritos de Escada são mistos, como se vê, mas há uma predileção pelo setor agroindustrial. “Alimentos”, simplifica o secretário. O objetivo é inserir os cerca de 600 produtores locais nesses negócios maiores. Além da área de 73,6 hectares que será ocupada pela Unilever, os 120 e poucos hectares do distrito devem abrigar indústrias fornecedoras da multinacional. Alves faz mistério. 
“Não vai ficar só ela (na Unilever), serão várias empresas, mas ainda não temos informações precisas. A Unilever trabalha muito com a confidencialidade”, tergiversa. As futuras plantas reforçarão as que já estão em atividade para inclusão de 600 produtores rurais no fornecimento de insumos. “O gerente de Suprimentos está vindo em janeiro e veremos como trabalhar essa parceria”. 
A iniciativa do município inclui o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), com a Secretaria de Agricultura Familiar do município e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
  FolhaPE
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