A Biosev informou nesta sexta-feira que assinou contrato para vender por R$ 70 milhões a totalidade do capital social da Usina Giasa à M&N Participações S.A., holding da Olho D’Água, grupo do setor sucroalcooleiro tradicional do Nordeste do país. Controlada pela Biosev desde 2007, a Giasa tem capacidade de moagem anual de 1,2 milhão de toneladas de cana-de-açúcar por safra.
A transação abrange o ativo biológico – composto por cerca de oito mil hectares de cana-de-açúcar – e o patrimonial, com instalações industriais, equipamentos agrícolas e imóveis da unidade.
A venda da usina, localizada no município de Pedras de Fogo (PB), faz parte do que visa reduzir o endividamento do grupo, um dos maiores do setor sucroalcooleiro do Brasil. Ao final de setembro, a companhia informou dívida líquida de R$ 5,2 bilhões.
Em meado de setembro, a empresa de açúcar e etanol brasileira controlada pela trading de commodities Louis Dreyfus havia vendido a usina Estivas, no Rio Grande do Norte, por R$ 203,6 milhões.
Fontes com conhecimento do assunto haviam dito à Reuters em outubro que a Biosev estava negociando mais usinas para reduzir suas dívidas.
No início do novembro, o presidente-executivo da empresa, Juan José Blanchard, disse que a companhia estava aberta a oportunidades no mercado, incluindo vendas de ativos.
Agora, à Agência Estado, Blanchard afirmou que a concretização da venda está alinhada com o programa de competitividade operacional da Biosev, que inclui a revisão estratégica do portfólio de ativos. “A venda da Giasa irá contribuir para a empresa ganhar mais eficiência e melhorar a geração de caixa, direcionando o nosso foco para as unidades com maior sinergia operacional”, informou.
O movimento de desinvestimento acontece meses depois que a Louis Dreyfus socorreu a unidade com uma injeção de capital de US$ 1,05 bilhão e se seguiu à saída de Rui Chammas da presidência da Biosev, que foi substituído por Blanchard, em julho.
Excluindo a Giasa e a Estivas, restaram à Biosev oito unidades agroindustriais no Brasil, a maior parte delas em São Paulo, além de um terminal próprio portuário.
Segundo a empresa, o programa no qual estão inseridos os desinvestimentos busca a revisão “de potenciais alternativas estratégicas relacionadas ao seu portfólio de ativos, bem como diversificar suas fontes de financiamento, visando aumentar sua geração de caixa e fortalecer sua estrutura de capital”.
A operação tem a aprovação do Conselho de Administração da Biosev e será submetida à análise dos órgãos reguladores, em atendimento às exigências previstas para esse tipo de negócio.
Com informações adicionais da Agência Estado
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