Estudante de direito é investigado por mensagens racistas em Timbaúba

Um estudante de direito está sendo investigado por disseminar mensagens de cunho racista nas redes sociais em Timbaúba, na Mata Norte de Pernambuco. A Promotoria de Justiça da cidade solicitou a abertura do inquérito, e a Polícia Civil já identificou o autor das mensagens, que deve ser ouvido na próxima semana. Ele pode ser indiciado por crime de racismo, que é inafiançável e prevê até cinco anos de prisão.
O suspeito é morador de Itambé, também na Mata Norte, e estava dentro de um ônibus com outros estudantes universitários a caminho de Timbaúba quando postou as mensagens em um grupo de WhastApp. Segundo o promotor de Timbaúba, João Elias da Silva, ele espalhou as mensagens após presenciar uma briga entre duas passageiras negras dentro do veículo.
Quatro mensagens, que o promotor classificou como racistas, foram postadas pelo investigado: “Duas mulheres negras trocando tapas dentro de um ônibus de faculdade. A que ponto chegamos”, postou o suspeito, de acordo com relato do promotor. Em seguida, o estudante sugeriu tocar fogo nas duas mulheres: “Briga de mucama a gente separa jogando gasolina e um fósforo aceso pra ver se preta queima”. A terceira mensagem é direcionada a outras minorias: “Negros, gays, travestis, transgêneros, bissexuais; vocês são desprezíveis. Eu os renego até o fim”.
O promotor lembra que o caso teve grande repercussão na cidade e muitos alunos cobraram providências das autoridades locais. “Alguns estão com medo, revoltados. Na nossa visão, cabe enquadramento por crime de racismo”. A faculdade onde, de acordo com o promotor, o suspeito estuda, publicou uma nota repudiando genericamente os casos de racismo, mas sem citar o episódio ocorrido dentro do ônibus (que não pertence à instituição).
O delegado de Timbaúba, Rodrigo Queiroz, confirmou que o universitário foi identificado como o autor das mensagens, mas explicou que um eventual indiciamento vai depender do resultado da investigação. “Os primeiros passos já foram dados. Agora, a investigação prossegue para verificar a eventual responsabilidade penal pelos fatos”.


         Do: WWW.OP9.COM.BR

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