“A gente fica sem entender. Tem dois seres humanos adultos
numa casa e não olhar uma criança?”. Essa é a pergunta feita
pela tia do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos,
que morreu ao cair do 9º andar do Condomínio Píer Maurício de
Nassau, um dos imóveis do conjunto conhecido como “Torres
Gêmeas”, na região central do Recife, na terça (2)
Lourdes Cristina é irmã da mãe de Miguel, Mirtes Renata, e acompanhou
o velório do sobrinho, nesta quarta-feira (3). No momento do acidente,
Mirtes, que é empregada doméstica em um apartamento do 5º andar,
havia descido para passear com o cachorro da patroa.
“O menino começou a chorar. Só que ela [a patroa] não ligou para
chamar a mãe de volta, nem nada. Infelizmente, aconteceu o que
aconteceu […] Estava a patroa e uma pessoa trabalhando,
fazendo a unha dela”, disse Lourdes.
Miguel chegou a ser socorrido para o Hospital da Restauração,
no bairro do Derby, mas não resistiu aos ferimentos. A tia do menino
afirmou que a manicure ficou na residência com uma criança da
família, enquanto a patroa socorria a criança com Mirtes.
“Uma criança de 5 anos, na verdade, é um bebê. Era um menino
super saudável”, recordou Lourdes, contando ainda que o menino
praticava esportes e que acompanhou a mãe ao trabalho por estar
com saudades.
Através das câmeras de segurança, os peritos identificaram
Miguel dentro do elevador, sozinho, apertando botões.
Não há informações sobre como ele saiu do apartamento em
que a mãe trabalhava e chegou ao elevador.
Segundo o perito André Amaral, o menino subiu no parapeito que
dá acesso a uma casa de máquina, escalando uma altura
de 1,2 metro, e chegou ao guarda-peito, que é de alumínio.
A quarta aleta dessa grade quebrou, segundo o perito.
Do: G1 PE
Coisas de Timbaúba e Região
