Um ciclista de 28 anos morreu após ser atropelado por um ônibus na Avenida Cláudio Gueiros Leite, no bairro do Janga, em Paulista, no Grande Recife. A vítima, identificada como João Lucas Rodrigues da Silva, estava pedalando quando foi atingida pelo ônibus da empresa Conorte, que opera linhas que circulam no Litoral Norte do estado.
O atropelamento aconteceu na noite do domingo (15), em frente a um supermercado. Ao g1, a esposa de João Lucas, Adriana Caluete, contou que ele voltava do trabalho como auxiliar de cozinha em um restaurante no Shopping Patteo, em Olinda, com um amigo quando o acidente ocorreu.
“Ele estava desviando dos carros, no cantinho e, nisso, ele se desequilibrou naquelas ‘tartaruguinhas’ e caiu. Nesse intervalo, o ônibus passou”, contou Adriana Caluete. Os tachões, também conhecidos como “tartarugas”, são sinalizadores de trânsito normalmente usados para reduzir a velocidade em locais de grande movimento em vez da instalação de lombadas.
Em imagens compartilhadas nas redes sociais, é possível ouvir João dizendo “Estou com muita dor” enquanto outras pessoas tentavam tirá-lo debaixo do ônibus.
Adriana disse que a ambulância chegou apenas 40 minutos após o atropelamento e não era equipada com uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), contendo apenas um balão de oxigênio. João não resistiu aos ferimentos, e o corpo foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, na área central do Recife.
Nas redes sociais, amigos e familiares lamentaram a morte de João e cobraram justiça e segurança para quem utiliza a bicicleta como meio de transporte.
“A sua morte é, sem dúvida, uma grande perda para todos nós. Você sempre deixará saudades, não importa quanto tempo passar”, publicou o perfil do grupo MMáquina na Pista, equipe de ciclismo da qual João Lucas participava.
João Lucas era casado e deixa dois filhos: Ivan, de 7 anos, e Nauhí, de 1 ano e 3 meses. A esposa dele ressaltou o amor do rapaz pelo ciclismo.
“João sempre foi apaixonado. Com uns 17 anos, ele descobriu ciclismo, fazia muita trilha e falava muito sobre isso. Só que ele tinha uma família, tinha que suprir todas as necessidades”, contou Adriana.
Adriana também relata que a empresa do ônibus, a Conorte, pegou os dados da família com um parente que estava no local do acidente, mas não entrou em contato desde então.
O g1 procurou a empresa Conorte para saber apurar as circunstâncias do atropelamento, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.
De acordo com a Polícia Civil, o caso foi registrado como atropelamento com vítima fatal, e foi instaurada uma verificação preliminar de inquérito para apurar esse acidente.