Os municípios pernambucanos concentrados no lado oeste do Estado (submédio do São Francisco e parte do Sertão) deverão lidar com aumentos da temperatura superiores a 3,5ºC a partir de 2041. A exemplo de Afrânio, Dormentes e Santa Cruz, essa elevação pode chegar a 3,7°C, se comparada às condições climáticas atuais. A região litorânea seria a menos impactada, mas, mesmo assim, pode sofrer elevações de até 2,7°C, como é o caso do Recife, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca.
O cenário pessimista foi revelado por meio do software Sistema de Vulnerabilidade Climática (SisVuClima). A ferramenta, resultado de uma parceria entre a Fiocruz e o Ministério do Meio Ambiente, calcula o índice de vulnerabilidade dos 184 municípios pernambucanos. Hoje e amanhã, gestores públicos aprenderão a manusear a plataforma durante capacitação no Hotel Golden Tulip Recife, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife.
Para definir o nível de vulnerabilidade de um município foi levada em consideração uma série de fatores, como a cobertura vegetal (índice de desmatamento), eventos hidrometeorológicos extremos, a incidência de doenças, entre outros. “E quando dividimos Pernambuco em macrorregiões, vimos que a parte Oeste será a mais afetada, isso levando em conta o cenário mais pessimista, ou seja, simulou uma situação em que Pernambuco sofre uma maior carga de emissão de gases de efeito estufa”, contextualiza a pesquisadora da Fiocruz (RJ), Diana Marinho, à frente da capacitação. Ao todo, seis estados foram contemplados com o software. No Nordeste, apenas Pernambuco e Maranhão.
De acordo com Diana, é por meio do SisVuClima que os gestores poderão planejar ações a partir da análise dos fatores de risco que põem determinado município em situação de vulnerabilidade. Como exemplo, ela explica que as mudanças climáticas podem influenciar a dinâmica de algumas doenças infecciosas, como dengue, leptospirose, leishmaniose visceral e esquistossomose. “Temperatura e precipitação são capazes de interferir no ciclo reprodutivo de insetos transmissores”, afirma. Nesse sentido, o Recife foi a Capital que apresentou maior índice em virtude dos casos de mortalidade infantil por diarreia e dengue.
Chuvas
Em relação ao volume de chuvas, a região do São Francisco seria a mais afetada, com uma redução de até 39%, a exemplo de Petrolândia. Em Tacaratu, esse percentual poderá diminuir até 37,4% e, em Jatobá e Inajá, 36,9% e 36,3%, respectivamente. O cenário é mais ameno no litoral de Pernambuco, onde a precipitação total anual poderá ter uma queda de até 4,4%, como é o caso do Recife e Jaboatão dos Guararapes. No Litoral Sul, o impacto seria maior em Barreiros, São José da Coroa Grande e Tamandaré: 11% na diminuição da pluviosidade.
O estudo indica ainda o percentual provável de ocorrer dias seguidos sem chuva. Entre 2041 e 2070, esse índice aumentará em todo o Estado. As cidades de Timbaúba e Ilha de Itamaracá foram os que apresentaram percentual mais elevado, com 55% em relação ao período atual. Já a Capital pernambucana poderá ter uma diminuição de até 53%. A região do São Francisco seria a menos impactada, com 3%.
Ilustração
O cenário pessimista foi revelado por meio do software Sistema de Vulnerabilidade Climática (SisVuClima). A ferramenta, resultado de uma parceria entre a Fiocruz e o Ministério do Meio Ambiente, calcula o índice de vulnerabilidade dos 184 municípios pernambucanos. Hoje e amanhã, gestores públicos aprenderão a manusear a plataforma durante capacitação no Hotel Golden Tulip Recife, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife.
Para definir o nível de vulnerabilidade de um município foi levada em consideração uma série de fatores, como a cobertura vegetal (índice de desmatamento), eventos hidrometeorológicos extremos, a incidência de doenças, entre outros. “E quando dividimos Pernambuco em macrorregiões, vimos que a parte Oeste será a mais afetada, isso levando em conta o cenário mais pessimista, ou seja, simulou uma situação em que Pernambuco sofre uma maior carga de emissão de gases de efeito estufa”, contextualiza a pesquisadora da Fiocruz (RJ), Diana Marinho, à frente da capacitação. Ao todo, seis estados foram contemplados com o software. No Nordeste, apenas Pernambuco e Maranhão.
De acordo com Diana, é por meio do SisVuClima que os gestores poderão planejar ações a partir da análise dos fatores de risco que põem determinado município em situação de vulnerabilidade. Como exemplo, ela explica que as mudanças climáticas podem influenciar a dinâmica de algumas doenças infecciosas, como dengue, leptospirose, leishmaniose visceral e esquistossomose. “Temperatura e precipitação são capazes de interferir no ciclo reprodutivo de insetos transmissores”, afirma. Nesse sentido, o Recife foi a Capital que apresentou maior índice em virtude dos casos de mortalidade infantil por diarreia e dengue.
Chuvas
Em relação ao volume de chuvas, a região do São Francisco seria a mais afetada, com uma redução de até 39%, a exemplo de Petrolândia. Em Tacaratu, esse percentual poderá diminuir até 37,4% e, em Jatobá e Inajá, 36,9% e 36,3%, respectivamente. O cenário é mais ameno no litoral de Pernambuco, onde a precipitação total anual poderá ter uma queda de até 4,4%, como é o caso do Recife e Jaboatão dos Guararapes. No Litoral Sul, o impacto seria maior em Barreiros, São José da Coroa Grande e Tamandaré: 11% na diminuição da pluviosidade.
O estudo indica ainda o percentual provável de ocorrer dias seguidos sem chuva. Entre 2041 e 2070, esse índice aumentará em todo o Estado. As cidades de Timbaúba e Ilha de Itamaracá foram os que apresentaram percentual mais elevado, com 55% em relação ao período atual. Já a Capital pernambucana poderá ter uma diminuição de até 53%. A região do São Francisco seria a menos impactada, com 3%.
Ilustração
Informações do Folha PE
Coisas de Timbaúba e Região