Uma mulher denunciou, nesta terça-feira (25), a morte do filho após atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Timbaúba, na Zona da Mata Norte. De acordo com a Polícia Civil, ela relatou que estava grávida de oito meses e, quando chegou à unidade de saúde com fortes dores, foi mandada para casa, o que teria agravado a situação e provocado a morte do bebê
Por meio de nota, a Polícia Civil também informou que, ao registrar o Boletim de Ocorrência, Ginaura Luis de Araújo, de 33 anos, contou que as dores aumentaram quando ela chegou em casa.
“Ela informou que procurou atendimento médico na UPA de Timbaúba, com fortes dores, foi medicada e recebeu alta médica, mas as dores persistiram e ela voltou ao plantão de saúde. Ela foi atendida por outro médico, inclusive entrando em trabalho de parto, mas o seu bebê teria nascido morto”, disse a Polícia Civil, por nota.
O caso é investigado pela Delegacia de Timbaúba. “As investigações seguirão até a completa elucidação do ocorrido”, acrescentou a Polícia Civil.
O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) também apura o caso. Por meio de nota, o Cremepe afirmou que a apuração corre em sigilo processual para não atrapalhar a investigação.
De acordo com o advogado Gilderson Correia, que representa Ginaura, ela afirma que o bebê estava vivo quando ela chegou pela primeira vez na UPA, por volta das 8h30 do dia 15 de maio.
“Ela disse que escutou o coração dele e estava tudo certo. Ela foi para casa, por recomendação médica, tomou analgésico, piorou e voltou sangrando. Outro médico fez o parto e disse que eles nasceu sem vida”, explicou.
A família acredita que houve negligência médica. “Ela chegou com início de hemorragia por causa da demora, da negligência e omissão da médica, que não fez o diagnóstico correto. Já protocolei um requerimento junto ao Cremepe para apurar a história e registramos um Boletim de Ocorrência para a instauração do inquérito para a apurar a conduta dos médicos plantonistas”, ressaltou o advogado.
Resposta
Por meio de nota, a prefeitura de Timbaúba informou que Ginaura foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento, UPA, por volta das 8h30 do dia 15 de maio.
A administração municipal disse, ainda, que, segundo a informação médica, “ela levou uma foto de um pequeno corrimento que estava tendo, foi medicada e, após ficar aproximadamente uma hora em observação e relatar que não estava sentindo nenhuma dor, voltou para casa”.
Ainda segundo a prefeitura, a médica que a entendeu solicitou os pré-natais do bebê e os exames de ultrassom que a mãe teria realizado, “visto que já estava com 32 semanas e cinco dias de gravidez”.
“A senhora Ginaura tinha apenas dois pré-natais e uma ultrassom, segundo ela, porque, em vista de assuntos pessoais, não conseguiu ser acompanhada por um médico e fazer um procedimento regular de consultas”, afirmou a nota.
No comunicado, a prefeitura afirmou que “duas horas depois do atendimento, Ginaura voltou à Upa com fortes dores e foi encaminhada para sala amarela, onde foi prontamente atendida por um médico, o qual percebeu que a criança já estava morta”.
A administração disse também que o médico fez o atendimento da mãe, solicitou os pré-natais e obteve a mesma resposta, de que ela não teria tido tempo para fazer os exames de acompanhamento.
A prefeitura disse que uma amiga de Ginaura chegou para acompanhá-la e solicitou ao médico a Declaração de Óbito, “visto que não teria ninguém para acompanhar o corpo do bebê até o Serviço de Verificação de Óbito”.
A administração municipal informou que o médico escreveu a causa do óbito como “desconhecido” “visto que o mesmo, sem os exames nas mãos, não teria como afirmar a causa da morte”.
Por fim, a prefeitura disse, na nota, que “todos os nossos profissionais presam pela vida de todo ser humano por igual”.
DO: G1 PE