Agentes penitenciários denunciam matança de gatos para churrasco em presidio no Recife

Uma grave denúncia de maus-tratos aos animais foi feita pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários nesta segunda-feira e expõe a fragilidade do sistema prisional no estado. Detentos da Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, aproveitaram o domingo dedicado às visitas para matar gatos e fazer um churrasco, literalmente, na unidade carcerária. Segundo o sindicato, a matança dos animais teria sido facilitada devido à falta de segurança na Barreto Campelo. Das nove guaritas, apenas quatro estão em atividade. 

“Os gatos devem ter entrado pelo muro ou até foram arremessados, a gente não sabe. Mas é comum utilizarem essas guaritas desativadas para jogar armas e drogas para os detentos. Foi através de uma delas que explodiram a penitenciária para fuga em massa no início do ano”, denunciou o presidente do Sindasp, João Carvalho.

Nas imagens divulgadas pela entidade, gatos aparecem mortos sem os pelos pendurados no muro enquanto outros estão no chão já abatidos no corredor de acesso aos pavilhões C e D. Dezenas de presos se aglomeram para ver o que acontece. “Os agentes só têm acesso ao pátio no dia de visita quando tem tumulto, é uma questão de privacidade deles mesmo. A gente teve acesso às fotos, mas naquela área três guaritas estão desativadas. Não temos como impedir os casos”, continuou o presidente do sindicato.

“Pode ser até que isso já tenha acontecido antes e em outras unidades prisionais também. A gente tem denunciado há muito tempo o descaso em nossas cadeias”, destacou João Carvalho.

Através de nota oficial, a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) informou que apenas um detento foi responsável pela ação. Ele já foi identificado e será encaminhado à delegacia de Itamaracá para providências cabíveis.

MORTE: Ainda no domingo, o detento Glebyson José da Silva Soares, de 27 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu. Ele foi agredido em uma briga durante a madrugada na Barreto Campelo e chegou a ser levado ao Hospital Miguel Arraes, em Paulista, mas não sobreviveu.


  Diário de Pernambuco

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