Preço baixo do açúcar já preocupa Usina Cruangi em Timbaúba

Os preços baixos do açúcar no mercado interno e mundial já afetam o planejamento e o mix produtivo das usinas pernambucanas nesta safra. Elas devem priorizar a fabricação de etanol, que está com preços iguais aos da última safra (R$ 1,75 por litro). Já o saco de 50 quilos de açúcar caiu para R$ 68, ante os R$ 105 na safra 2016. A unidade Coaf/Crunagi, em Timbaúba, que, por exemplo, foi um dos primeiros parques fabris no estado a começar a moagem este ano, há 40 dias, tem segurado o início da produção do referido adoçante. O cenário tem atrasado fortemente o planejamento inicial da direção da usina que investiu mais na unidade este ano para lançar no mercado o açúcar com a marca Águazul.

Com 25% da cana prevista para esta safra já esmagada, os números da produção na Coaf, mostram, até agora, a priorização para a fabricação do etanol. Até sexta-feira (6), já produziu 10 milhões de litros de etanol, metade do que estava previsto para produzir até janeiro do próximo ano. E nenhum sinal ainda da produção de açúcar no local devido os baixos preços. Alexandre Andrade Lima, presidente da cooperativa que gere a usina, revela que vai continuar priorizando o etanol. No próximo dia 16, ele voltará a analisar a situação. Até o momento, a usina moeu 150 mil toneladas de cana, das 500 mil previstas.
Andrade Lima, que também preside a Associação dos Fornecedores de Cana de PE (AFCP), reclamou ainda do baixo preço pago pela matéria prima das usinas. A cana-de-açúcar baixou bastante em comparação à safra passada. Desceu de R$ 104 para os atuais R$ 82 por tonelada. “A situação está muito complicada, mesmo com todo o nosso esforço para manter os empregos na Zona da Mata, através do funcionamento da usina em Timbaúba, gerida por nossa cooperativa (Coaf)”, desabafou.
Apesar do desafio, a AFCP também é parceira em Pernambuco de uma outra cooperativa de canavieiros que reabriu há quatro safras a usina Pumaty, em Joaquim Nabuco, na Mata Sul. O parque é gerido por uma cooperativa (Agrocan) ligada ao Sindicato dos Cultivadores de Cana de PE (Sindicape), presidido por Gerson Carneiro Leão. A unidade inclusive iniciou sua moagem na última sexta-feira (6). E contou com a presença de Lima, Gregório Maranhão, consultor do setor canavieiro, entre outros dirigentes do setor, inclusive líderes políticos, como o governador Paulo Camara. 
Na ocasião, Maranhão entregou ao governador uma placa da AFCP e do Sindicape pela concessão de um crédito presumido estadual maior, viabilizando a retomada de Cruangi e Pumaty pelas cooperativas.
 
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