Música e dança garantem cidadania em Aliança

A Sociedade Musical 15 de Novembro, localizada no distrito de Upatininga, em Aliança, na Mata Norte, trabalha na formação musical continuada de crianças, adolescentes e jovens, filhos de agricultores rurais da região do interior de Pernambuco. Instituída em 15 de novembro de 1888 – ano em que se findou o período da escravidão no Brasil – a Sociedade Musical 15 de Novembro tem uma importante relação com o protagonismo cultural das famílias que compõem o pequeno distrito rural de Upatininga – localidade criada no século XIX, por escravos remanescentes do período das Capitanias hereditárias. É nesta pequena localidade rural, de pouco mais de 5 mil habitantes, distante a 10 km da cidade de Aliança,  que nasceu uma das instituições musicais mais imponentes da história da cultura popular de Pernambuco: a centenária Orquestra de Frevo Zezé Correia, que atende atualmente, cerca de 50 pessoas, sendo boa parte delas músicos da própria orquestra e os demais, estudantes da Escola de Frevo Zezé Corrêa. A ação é um trabalho pioneiro na Zona da Mata.
O público atendido no local é oriundo de famílias que trabalham com a lavoura, agricultura e o corte da cana de açúcar, principal atividade que move a economia da cidade e região. Semanalmente meninos e meninas, dos 13 a 26 anos, moradores de Upatininga e redondeza, participam das atividades e das aulas de iniciação e aperfeiçoamento musical, voltadas para música carnavalesca. Nesses 130 anos de trajetória da instituição, esta já é a terceira geração de pequenos músicos.
A coordenadora pedagógica Wanessa Santos ressalta que “a música tem sido uma grande oportunidade de transformação social. Em Upatininga as oportunidades são ainda menores e a orquestra tem ofertado maiores expectativas de crianças e jovens”.
Divididos entre as atividades escolares e a escola de música, os alunos têm a responsável missão de aprender vários clássicos da música pernambucana, para fazerem bonito nos palcos e eventos públicos. Alguns deles, que residem em áreas mais distantes e com baixo poder econômico, chegam a receber ajuda financeira mensalmente, como forma de garantir que eles não faltem às aulas, que são ofertadas gratuitamente. Anualmente o projeto oferta cerca de 40 vagas para formação de novas turmas. Todas as atividades de formação e manutenção dos instrumentos para realizar os trabalhos são oriundas de recursos captados em editais públicos e privados, que são elaborados por uma equipe de pedagogos que estão à frente dos trabalhos de formação das crianças e dos jovens.


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