A paralisação dos caminhoneiros afetou diretamente a cadeia produtiva do estado. Um dos principais reflexos foi sentido pela fábrica da Jeep, localizada em Goiana, na Região Metropolitana. De acordo com informações de bastidores, a produção dos automóveis do primeiro turno, que acontece das 6h até perto das 16h, foi suspensa nesta quinta-feira (24) devido a não entrega de peças por parte dos fornecedores. Os funcionários dispensados foram comunicados oficialmente da decisão na tarde de ontem e as horas serão compensadas posteriormente. O movimento atingiu também as cadeias de laticínios, sucroalcooleira e do comércio.
Oficialmente, o grupo Fiat Chrysler Automobiles informou que os protestos estão “acarretando problemas de fluxo logístico para o Polo Automotivo Jeep, devido à precarização do tráfego na BR 101”. Em nota, a empresa não confirmou a paralisação da linha de produção e disse estar avaliando a evolução do cenário, destacando que “está administrando estoques a fim de manter a produção”. O fato é que até o escoamento da produção da fábrica foi afetado, já que as operações de embarque e desembarque de veículos, feitas via Porto de Suape, foram canceladas ontem.
Outros setores que têm sofrido são os que trabalham diretamente com produtos perecíveis, especialmente laticínios. “Estão todos muito preocupados. Com os bloqueios (nas estradas), não é possível escoar a produção e falta diesel até para manter os equipamentos que refrigeram os produtos”, afirmou Ricardo Essinger, presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiepe). “No caso das grandes indústrias, há um problema sério no faturamento, porque depois que a nota fiscal é emitida, são 48 horas para a mercadoria sair. Mas o caminhão vai chegar?”, acrescentou. A Fiepe não fez estimativa de prejuízos no estado.
Das 14 usinas de cana-de-açúcar que estão operando no estado, cinco já estão em estado crítico. Isso porque, mesmo no período atual de entressafra, elas precisam do óleo diesel para abastecer os veículos que fazem a preparação do terreno até o início da próxima colheita, que iniciará no segundo semestre. “O setor ainda consegue operar, mas os estoques de combustíveis são mínimos e não há garantia de reposição”, destacou o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha.
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