Casos de doença meningocócica aumentam 40% em Pernambuco

Os casos de doença meningocócicainfecção bacteriana aguda que pode causar inflamação nas membranas que revestem o sistema nervoso central (meningite) e infecção generalizada (meningococcemia), aumentaram de forma expressiva este ano no Estado. De janeiro até o dia 23 de junho foram notificados 21 casos do quadro contra 15 no mesmo período de 2017, ou seja, um aumento de 40%. O mesmo acontece em relação aos doentes confirmados. Se no ano passado foram nove confirmações, agora o número já de é 14, volume 55,5% maior.

As mortes pela doença também subiram. Durante todo o ano de 2017 houve a confirmação de dois óbitos, mas nos seis primeiros meses de 2018 já são três mortes. Os dados fazem parte do boletim da semana 25, divulgado na página do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco (Cievs/PE), vinculado a Secretaria Estadual de Saúde (SES).

Pelo boletim da SES, a maioria dos casos se concentra na 1ª Gerência de Saúde, que engloba o Recife e Região Metropolitana (14 notificações). As cidades com ocorrência de casos suspeitos até agora na RMR são Recife (com 5), Jaboatão dos Guararapes (3), Olinda (2), Abreu e Lima (1), Cabo (1), Camaragibe (1) e Paulista (1). Há notificação de casos suspeitos também no Interior, nas cidades de Saloá (2), Amaraji (1), Bezerros (1), Cabrobó (1), São José do Belmonte (1) e Serra Talhada (1). Óbitos relacionados à doençaocorreram em Jaboatão, Recife e Serra Talhada. O Cieves/PE não informa no levantamento a idade e sexo dos doentes e dos mortos.

Na Capital pernambucana chama a atenção o fato de que, em 2017, houve apenas um caso suspeito, nenhum confirmado e nenhuma morte. Mas desta vez já são cinco notificações, três confirmações e uma morte. A Folha procurou a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde para comentar o aumento de ocorrências na Capital, mas até o fechamento desta edição não houve retorno. A pasta informou que iria se pronunciar hoje. Também não houve resposta de avaliação do cenário por parte da Secretaria Estadual de Saúde.

Apesar do movimento de elevação dos casos, o infectologista do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC) Filipe Prohaska pondera que o perfil que se desenha não é de surto. “Os casos estão espalhados. São difusos. Por isso não é o caso de falar em um possível surto”, disse. Ele comentou ainda que a doença meningocócica é sazonal e durante os meses mais chuvosos e frios se torna mais comum, já que o bacilo pode ser propagar mais facilmente em ambientes fechados e com muita gente.

O também infectologista do HUOC Diego Guedes corroborou que a situação ainda não é de alerta e que pode indicar apenas uma variação. “Seria interessante saber se houve mudança na cepa (linhagem) do meningococo circulante”, pontuou. Ele ainda destacou que a principal forma de prevenção é a vacinação. No SUS, a vacina Meningocócica C (conjugada) é uma das aliadas. Aplicada nas crianças aos três, cinco e 12 meses de idade (podendo se estender até os 4 anos), e reforçada na adolescência, a imunização teve seu publico-alvo ampliado este ano pelo Ministério da Saúde, com a inclusão de um reforço para adolescentes de 11 a 14 anos.

Sobre a doença
A doença meningocócica é causada pela bactéria Neisseria meningitidis, que possui 13 sorogrupos identificados. Estima-se a ocorrência de pelo menos 500 mil casos por ano no mundo, com cerca de 50 mil óbitos. É uma doença de evolução rápida e com alta letalidade, que varia de 7% a 70%. A bactéria é transmitida de uma pessoa para outra pela secreção respiratória (gotículas de saliva, espirro, tosse).


    Do: Folha PE

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