Desde a última sexta-feira (1º), abertura oficial do carnaval na capital pernambucana, ataques de agulha estão sendo denunciados durante a festa em Olinda, no Recife Antigo e também durante o desfile do maior bloco do mundo, o Galo da Madrugada. Vinte e cinco pessoas foram encaminhadas ao Hospital Correia Picanço, no bairro da Tamarineira, para atendimento de referência em doenças infectocontagiosas. Ataques similares foram registrados também durante a festa em Caicó, no Rio Grande do Norte, e em Campina Grande, na Paraíba, durante o São João de 2018. Os dados foram coletados até a noite da terça-feira (5).
Assim que deram entrada na unidade de saúde, as vítimas passaram pela profilaxia pós-exposição, o tratamento padrão usado na prevenção da infecção do vírus HIV. Os pacientes serão acompanhados pela equipe médica do hospital e deverão retornar em 30 dias para a conclusão dos atendimentos. Todos foram instruídos a procurar a polícia para denunciar os casos.
Segundo o diretor do Hospital Correia Picanço, Tiago Ferraz, a unidade nunca havia registrado tantos casos de ataques com agulhas como neste carnaval. “As pessoas têm 72 horas para começar o tratamento. Além do HIV, elas também podem contrair hepatite B e C”, advertiu.
Entre as vítimas, está a secretária-executiva Divonete de Oliveira, de 44 anos. Ela estava no Recife Antigo na noite dessa terça (5) com o marido quando foi atacada. “Nós nos afastamos um pouco porque eu fui para perto do palco, foi quando senti uma picada de agulha na parte de trás do meu braço esquerdo. Olhei e vi um rapaz, de aproximadamente 18 anos, sair correndo pela multidão. Eu não dei muita importância, mas hoje (quarta) vi uma publicação no Facebook falando sobre os casos e fiquei preocupada. Achei melhor vir ao hospital”, detalhou. Ela ainda não procurou a polícia.
OUTROS ESTADOS – Em junho do ano passado, quase 50 pessoas acionaram a polícia na Paraíba relatando terem sido vítimas de perfuração por agulha durante o São João em Campina Grande. Na época, a polícia chegou a apreender quatro seringas, mas exames descartaram a presença de sangue humano nelas. Um suspeito ainda chegou a ser detido, mas foi liberado.
Confira a nota divulgada pela Secretaria Estadual de Saúde sobre os casos
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informa que, desde o último sábado (02.03) de Carnaval, os técnicos que monitoram os registros da saúde por meio do software Ambiente de Monitoramento de Risco (Amber) notificaram, no Hospital Correia Picanço (HCP), no Recife, a entrada de pessoas relatando terem sido furadas por seringas durante a folia de Momo. Até o início da manhã desta quarta-feira (06.03), foram notificadas cerca de 25 ocorrências semelhantes. Todos os pacientes, admitidos na unidade, referência estadual no tratamento de doenças infecto-contagiosas, passaram pela profilaxia pós-exposição (PeP), tratamento padrão usado na prevenção da infecção pelo HIV, e foram liberados após avaliação médica, com a orientação de retorno após 30 dias para conclusão do tratamento. A SES informa, ainda, que, segundo os relatos repassados pela maioria das vítimas, as autoridades policiais não chegaram a ser acionadas. Os pacientes foram orientados a procurar os órgãos competentes para investigação das ocorrências, já que as investidas podem ser tipificadas como crime.
Por fim, a SES destaca que os registros da saúde estão sendo monitorados, 24 horas por dia, no Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde (CIOCS), sala de situação instalada na sede da SES. Uma equipe de gestores acompanha as ações por meio de painéis situacionais, permitindo agilidade na compilação de dados, além de agrupar número de atendimentos e doenças de notificação compulsória. O trabalho funciona conectado às notificações do AMBER, que produz relatórios em tempo real com os dados gerados nos serviços de saúde.
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