Pacientes que buscam atendimento no setor de ginecologia no
Hospital Barão de Lucena, na Iputinga, na Zona Oeste do Recife,
relatam que estão dormindo na fila para tentar marcar exames,
consultas e cirurgias. Mesmo chegando no dia anterior, mulheres
reclamaram da falta de assistência na unidade de saúde,
nesta quarta-feira (10).
A autônoma Letícia Marques, primeira da fila em busca de atendimento,
afirmou ter chegado às 17h da terça (9). Até as 10h, não havia
resposta se conseguiria. “Eu vim de Camaragibe para buscar
atendimento para a minha mãe e não consegui”, disse.
A paciente Larissa da Silva também chegou na terça, às 18h,
em busca de exames. Com um problema no útero, ela disse
precisar de uma cirurgia, mas não teve informações sobre
o atendimento até o meio da manhã.
No início da tarde, a paciente informou ter conseguido marcar
uma consulta para o mês de junho.
“Ontem cheguei e peguei a ficha 50, de 60 fichas. A atendente
não deu informação e, enquanto eu estava esperando, ela
disse que não tinha mais fichas. Perguntei o porquê e ela
disse que não tinha satisfação para dar, gritou com a gente
e ficamos aqui feito cachorros”, afirmou.
Já a diarista Cícera Fernandes tem um mioma há dois anos e,
desde que descobriu o tumor, espera por vaga para fazer
a retirada. “Estou esperando aparecer uma vaga para eu
fazer uma cirurgia. É uma emergência. A minha família é
‘cancerosa’ e tenho medo de acontecer algo
comigo”, disse.
Respostas
Por meio de nota, a SES reconheceu a alta demanda de
marcação de consultas ginecológicas nesta quarta (10)
e informou que os agendamentos feitos durante a manhã
são para o mês de maio. Algumas das pacientes tiveram
as consultas agendadas para junho e “não precisam
retornar à unidade para nova marcação”, afirma o texto.
“É importante esclarecer que todas as pacientes são
enviadas para o HBL por apresentarem perfil cirúrgico
e grande parte destes procedimentos poderia ser realizado
pelas redes municipais de saúde, já que são de baixa e
média complexidade”, diz a nota.
A SES também informa que o ambulatório do hospital “está
funcionando com sua plena capacidade e os equipamentos
destinados à realização de exames ginecológicos estão
funcionando e atendendo à população”. Mensalmente,
cerca de 9 mil pacientes são atendidos para cirurgia
vascular e geral, cardiologia, ginecologia, endocrinologia,
oncologia, mastologia, proctologia e pré-natal de alto risco.
Do: G1 PE
Coisas de Timbaúba e Região