O valor das passagens dos ônibus que realizam viagens intermunicipais no estado deve sofrer um reajuste nos primeiros meses deste ano. É o que propõe o Serpe. Em documento entregue a representantes do Governo, o sindicato prevê um reajuste tarifário de 21,76%.
A proposta tenta minimizar os impactos trazidos pelos constantes aumentos do óleo diesel, combustível utilizado pela frota rodoviária no país, a redução do número de viagens e de passageiros, que pode ser compreendida como resultado da Pandemia e do crescimento do transporte clandestino. Entre janeiro e dezembro de 2021, o valor do óleo diesel aumentou em média 50% (49,8%) em todo o país. Em Pernambuco, nos últimos 12 meses, o preço do litro saltou de R$ 3,60 para R$ 5,40.
Um levantamento feito pelo Serpe aponta ainda que as empresas rodoviárias foram impactadas pelos reajustes dos insumos que compõe a fórmula de atualização de custos e coeficientes tarifários do sistema como o aumento de 18,7% no preço dos veículos e rodagem e o valor de 9,22% concedido aos rodoviários, durante o acordo coletivo. Desde o início da Pandemia, as empresas ainda amargam a redução da circulação da frota. Atualmente, elas operaram com menos de 70% da capacidade. O último reajuste concedido para categoria foi colocado em prática em janeiro de 2021, após 41 meses sem alteração no valor da tarifa.
“O aumento de 14,7% no valor das passagens não conseguiu cobrir os prejuízos que as empresas arcaram, neste período, em virtude dos constantes aumentos dos insumos que compõe a tabela de atualização tarifária. Com isso, o setor se encontra hoje em situação crítica”, relata o presidente do Serpe, Elson Souto Filho. Subsídio – Em novembro do ano passado, uma última reunião entre representantes do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Passageiros do Estado de Pernambuco, EPTI (Empresa Pernambucana de Transporte Intermunicipal) e da Secretaria da Fazenda do Estado garantiu um subsídio para o setor orçado em cerca de R$ 16,8 MI. A previsão inicial era que esse valor fosse pago em 12 parcelas ao longo do ano e serviria para reduzir os impactos da crise no setor, que opera um serviço essencial. Apesar da garantia, até o momento as empresas que compõem o Serpe não receberam nenhum percentual previsto.