Com uma safra recorde de mais de 1 milhão de toneladas, a usina da Cooperativa Agroindustrial dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (Coaf), em Timbaúba (PE), volta a pagar os cooperados pelos créditos de descarbonização (CBios) atrelados à produção de etanol hidratado.
Segundo a usina, cada um dos cooperados que já atendem às exigências do programa pelo RenovaBio receberá de R$ 1,96 a R$ 2,47 por tonelada de cana fornecida. Os valores foram definidos com base no Projeto de Lei 3149/2020, de autoria do deputado federal Efrain Filho (DEM-PB), hoje senador, a pedido da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana).
A Coaf observa que os valores poderiam ser maiores, porém o etanol anidro da companhia ainda não gera CBios. Pela lei atual, as usinas só podem emitir os créditos depois já terem fabricado determinado biocombustível em safras anteriores. Como esta foi a primeira safra em que a Coaf produziu anidro, a emissão de CBios foi menor.
Inclusive, como a companhia fabricou mais anidro do que o hidratado, a Coaf calcula que deixou de receber cerca de R$ 1,2 milhões em CBios na temporada.
Assim, os cerca de 50 cooperados aptos a receberem CBios devem obter R$ 1,96/t se estiverem classificados com dados padrão ou R$ 2,47/t se forneceram dados primários. A cooperativa também afirma que está no processo de inclusão de mais cooperados na certificação, o que fará com que eles também passem a receber CBios na próxima moagem.
Esta é a terceira vez que a Coaf paga CBios a seus cooperados. Em Pernambuco, as usinas cooperativas garantem o repasse a seus fornecedores de cana, mesmo que não haja tal obrigação nas regras do RenovaBio. Esta regulação ainda está sendo debatida no Congresso Nacional, com o PL 3749.