Em 2022 foram registrados 283 Boletins de Ocorrência (B.O) de adolescentes desaparecidos e 40 de crianças desaparecidas no Ceará, somando 323 casos, conforme a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Algumas das crianças e adolescentes que compõem essa estatística foram encontrados, mas nem todos retornaram para suas famílias.
Quando comparados ao ano anterior, é possível observar que os índices tiveram aumento. Em 2021, a Polícia Civil do Ceará (PC-CE) registrou o desaparecimento de 34 crianças e 294 adolescentes. Já em 2022, números tiveram percentual de aumento de 17% e de 9% respectivamente.
Segundo PC-CE, em muitos casos o desaparecimento vem permeado por vulnerabilidades das mais diversas, que necessitam de encaminhamento especializado. Órgão destaca que parte dos casos estão relacionados, por exemplo, à disputa de guarda ou a desentendimentos entre os pais.
O psicólogo e psicanalista Caio Cesar Rodrigues destaca que os adolescentes estão em transição, saindo da infância para adolescência, e buscam independência. “Esse jovem busca um lugar no mundo, mas se depara com pessoas que, às vezes, são mal intencionadas, e, talvez, há comportamentos nocivos, como abuso de álcool, drogas, que, em alguns casos, pode levar ao óbito”, comenta.
Ainda segundo o psicólogo, nessa fase, o adolescente procura por uma compreensão do ambiente familiar e frisa que essa transgressão pode passar um pouco dos limites, principalmente nos grupos que os jovens estão inseridos.
“Os grupos em que eles se inserem têm diferentes tipos de aceitação. Talvez, eles precisem fazer algumas ações e, talvez, até quebrar algumas regras”, explica Caio.
Segundo Caio, é necessário um suporte dos pais nessa fase. “O adolescente sempre está tentando dizer alguma coisa. Essas saídas, esses sumiços, são, na verdade, uma forma de comunicar algo que eles sentem e que estão passando, mas que eles não têm palavras para expressar”, orienta o psicólogo.
Informações: Portal O Regional