Novos detalhes revelam o comportamento do soldado da Polícia Militar Guilherme Santana Ramos de Barros, de 27 anos, que assassinou a tiros a esposa no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, nessa terça-feira (20), e atirou em colegas de farda no 19º batalhão, no Pina, Zona Sul da capital, antes de se matar.
Logo após o feminicídio de Cláudia Gleice da Silva, de 33 anos, que estava na casa da mãe dela escondida, o soldado apontou a arma de fogo para um motorista de aplicativo que passava de carro próximo ao local. Foram momentos de terror até a chegada ao batalhão, segundo relatou a advogada do condutor.
“O motorista estava indo pegar um cliente e acabou abordado pelo policial, que tirou uma arma da sacola e apontou para ele. O motorista achou que era um assalto e disse que ele (policial) poderia levar o carro, mas que não o matasse”, conta a advogada Cassandra Gusmão.
“O policial então disse que o motorista obedecesse as ordens dele. Ele entrou no carro e, com a arma apontada para o motorista, mandou ele seguir até o Pina. Foram mais de 40 minutos de terror até lá. O policial ligava para as pessoas dizendo que matou a esposa e que ia matar os inimigos antes de se matar”, detalha a advogada, com base no relato do motorista.
“Próximo ao batalhão, o policial pediu para o motorista parar o carro. Ele vestiu o colete (à prova de bala) e disse para meu cliente não correr se não seria morto. ‘Não faça nenhum movimento’. Depois mandou ele parar perto do portão do batalhão e saiu do carro. Depois, o motorista só ouviu os tiros.”
Segundo a advogada, o motorista ligou para ela desesperado. Ela orientou que ele prestasse depoimento à polícia para ajudar nas investigações e, claro, evitar que ele também fosse considerado cúmplice do episódio trágico. O motorista foi ouvido no próprio batalhão.
Uma prima do policial relatou, também, que ele mandou mensagem para a mãe antes do ataque ao batalhão.
Informações: JC online